domingo, março 25, 2007

Cemitério de Pianos


Título: Cemitério de Pianos
Autor: José Luís Peixoto
Editora: Bertrand

Sinopse:
"Numa Lisboa sem tempo, entre Benfica e o centro, nascem, vivem, sonham, amam, casam, trabalham e morrem as personagens deste livro. No ventre de uma oficina de carpintaria aninha-se o cemitério de pianos, instrumentos cujo mecanismo, à semelhança dos seres que os rodeiam, não está morto, encontrando-se antes suspenso entre vidas. Exílio voluntário onde se reflecte, se faz amor, lugar de leituras clandestinas, espaço recatado de adúlteros, pátio de brincadeiras infantis e confessionário de mortos, é o espaço onde se encadeiam gerações.
Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família, numa linguagem intercalada de sombras e luz, de silêncio e riso, de medo e esperança, de culpa e perdão. Contam-nos histórias de amor, urgentes e inevitáveis, pungentes, nas quais se lê abandono, violência doméstica e faltas nem sempre redimidas que, no entanto, acabam por ser resgatadas pelo poder esmagador da ternura e dos afectos. Falam-nos de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.
José Luís Peixoto oferece-nos um texto mágico, no qual se cruzam, numa interacção fluida, diálogos cúmplices com a grande tradição da literatura portuguesa e universal."

Comentário:
Gostei muito.
Ao ler, emocionei-me com alguns trechos, identifiquei-me com outros. Ri e chorei.
Pode dizer-se que me tocou.
Tem uma forma de escrita "sui generis". Que acompanha a acção que pretende evidenciar. Quando o filho corre, os parágrafos tornam-se curtos, ofegantes, sem nexo, sem continuação. Quando o pai lembra, os parágrafos estendem-se, as palavras repetem-se, enfatizam o acontecimento. E assim se conta a história de uma família, tão igual a tantas outras...

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