sexta-feira, julho 25, 2008

O Sonho Mais Doce


Título: O Sonho mais Doce
Autor: Doris Lessing
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
"Em O Sonho Mais Doce, o leitor é conduzido por uma saga familiar que atravessa três gerações, centrando-se o enredo, sobretudo, na década de 60, altura em que a casa de Júlia Lennox alberga uma grande quantidade de jovens, personificando o espírito de liberdade prevalecente na Inglaterra de então. Recuando até 1914, a autora apresenta-nos Philip Lennox e a sua noiva Júlia, tendo como pano de fundo a I Guerra Mundial. Do casamento entre ambos nasce um filho Johnny, que se tornará um comunista muito activo. No limiar da II Grande Guerra Johnny apaixona-se por Frances, camarada do partido. Frances e os dois filhos que nascem desta união, abandonados por Johnny, vão morar com Júlia, entretanto já viúva. Já na década de 60, Sylvia, fruto de uma ligação amorosa de Johnny, também encontra refúgio em casa de Júlia. Sylvia sofre de anorexia mas apesar da doença consegue formar-se em medicina e depois de uma temporada em África regressa a Londres com dois jovens órfãos. Um retrato de três mulheres-coragem – Júlia, Frances e Sylvia - que aborda temas característicos de várias épocas como a guerra fria, a guerra do Vietname, as drogas, o surgimento da Sida em África, a anorexia e a depressão, entre outras."

Comentário:
Que livro tão triste! Tão repleto de realidade, daquela nua e crua. A história de três mulheres cujas vidas se entrecruzam por casualidade. Frances casa-se e divorcia-se do filho de Julia e Sylvia é a filha da segunda mulher do filho de Julia.
O que me tocou foi o retrato brilhante de uma época conturbada, com claro enfoque na juventude de então, nos seus ideais, no seu modo de vida, na sua apetência política e na sua relação com os pais. Quase como órfãos de pais vivos, ocupavam o casarão de Julia, onde Frances morava com os dois filhos, numa divisão confusa por andares. Estudaram, viveram e cresceram. Com a arrogância dos jovens, com a certeza que o mundo era deles e que todos estavam ali para os servir.
Fruto do comunismo predominante, entra África em acção, com a história de um país inventado (Zimlia) mas tão parecido com qualquer um desse continente. Aí o relato torna-se cruel. E Sylvia torna-se a personagem principal. Médica voluntária, tenta fundar um “hospital”, quase de campanha, numa zona recôndita desse país. Onde a Sida (a Magreza) começava a disseminar a população africana. Lutou tanto. Mas o que me ficou na memória foi a voracidade que tinham em aprender a ler e a escrever. É só dar-lhes as condições necessárias…
E o livro termina onde começou, com a casa londrina cheia novamente, repleta de vozes de crianças e jovens, e Frances a assumir o testemunho novamente.
Uma última nota para Johnny. Que personagem irritante!
Gostei muito.

5 comentários:

Anônimo disse...

:d blog interessante, neste momento estou a ler joanne harris com sapatos de rebuçado e tenho muitos em lista de espera, mas vou aproveitar aqui algumas sugestões e dar sempre os meus comments sempre que possivel

Pedro disse...

A minha mãe leu este livro.

Pela sua opinião, desperta muitos sentimentos, é pleno e completo.

Mas não é uma grande obra.

Ou seja, ela gostou muito, mas não é um livro obrigatório.

Eu, confesso, estou com vontade de ler!

O Profeta disse...

Onde acaba a terra e começa o Mar
Há um lugar onde vive a ilusão
Repousa na madrepérola das conchas
Com a forma de um coração

Onde as giestas se agarram à areia
Onde as pedras têm diadema de algas
Onde o Mar conta histórias longínquas
Onde as vagas soltam distantes mágoas


Bom fim de semana


Mágico beijo

Anônimo disse...

Fiquei com curiosidade em ler este livro, mas vou esperar um pouco até o comprar... Isto porque o último que comecei a ler de Doris Lessing, "A Fenda", achei uma patetice e nem cheguei a meio quando o decidi colocar de lado :)

Anônimo disse...

fiquei com vontade de ler mas tenho tantos em lista de espera :)