sábado, maio 29, 2010

A Ilha Debaixo do Mar


Título: A Ilha Debaixo do Mar
Autor: Isabel Allende
Editora: Edições Inapa


Sinopse:
"Para quem era uma escrava na Saint-Domingue dos finais do século XVIII, Zarité tinha tido uma boa estrela: aos nove anos foi vendida a Toulouse Valmorain, um rico fazendeiro, mas não conheceu nem o esgotamento das plantações de cana, nem a asfixia e o sofrimento dos moinhos, porque foi sempre uma escrava doméstica. A sua bondade natural, força de espírito e noção de honra permitiram-lhe partilhar os segredos e a espiritualidade que ajudavam os seus, os escravos, a sobreviver, e a conhecer as misérias dos amos, os brancos. Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do mundo da colónia: o amo Valmorain, a sua frágil esposa espanhola e o seu sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde… e outras personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e atirá-los para longe dela. Quando foi levada pelo seu amo para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor, da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que tinha tido uma boa estrela."


Comentário:
Sempre me fez muita confusão a existência da escravatura. A noção de que num passado não muito distante, existiram seres humanos considerados objectos é abjecta e repugnante. Se há direitos que prezo são o da liberdade, da autonomia, da independência. Que também são difíceis de concretizar no mundo actual, no mundo em que vivemos.

Este livro transmitiu-me uma sensação de revolta. A vida sofrida de Zarité, com o diminuitivo carinhoso de Teté, a ânsia pela liberdade dela e dos seus e ainda em paralelo a história da ilha de Saint-Domingue (actual Haiti) transportaram-me para uma época peculiar.
Gostei muito, como de todos os livros da Isabel Allende, que considero quase uma "amiga", tal a exposição escrita que faz da sua vida e a emoção que transmite nas entrevistas e nos discursos. É uma mulher que admiro muito. Tomara eu ter a coragem de romancear a minha vida e da minha família.
É realmente bom nascer em liberdade e com liberdade. Não damos valor a isso. Contudo, são este tipo de testemunhos que nos deixam a pensar na Teté e em todos os que passaram por tal desumanidade. Embora a noção de escravatura seja muito abrangente e até se possa reconduzir, no limite, a esta vida estereotipada na sociedade em que vivemos.

2 comentários:

Paula Abreu Silva disse...

Vou apontar este título !
Obrigada pela sugestão ... ;)

SEVE disse...

Goste deste livro (simples e leve).