domingo, setembro 29, 2019

Em Tudo Havia Beleza




Título: Em tudo havia beleza
Autor: Manuel Vilas
Editora: Alfaguara


Sinopse:
"Impelido por esta convicção, Manuel Vilas compõe, com uma voz corajosa, desencantada, poética, o relato íntimo de uma vida e de um país. Simultaneamente filho e pai, autor e narrador, Vilas escava no passado, procurando recompor as peças, lutando para fazer presente quem já não está. Porque os laços com a família, com os que amamos, mesmo que distantes ou ausentes, são o que nos sustém, o que nos define. São esses mesmos laços que nos permitem ver, à distância do tempo, que a beleza está nos mais simples gestos quotidianos, no afecto contido, inconfessado, e até nas palavras não ditas.
Falando desde as entranhas, Vilas revela a comovente debilidade humana, ao mesmo tempo que ilumina a força única da nossa condição, a inexaurível capacidade de nos levantarmos de novo e seguirmos em frente, mesmo quando não parece possível. É desenhando um caminho de regresso aos que amamos que o amor pode salvar-nos.
Confessional, provocador, comovente, Em tudo havia beleza é uma admirável peça de literatura, em que se entrelaçam destino pessoal e colectivo, romance e autobiografia. Manuel Vilas criou um relato íntimo de perda e vida, de luto e dor, de afecto e pudor, único na sua capacidade de comover o leitor, de fazer da sua história a história de todos nós."

Comentário:

Uau!
Identifiquei-me tanto que me arrepiei.
Custou-me tanto lê-lo que em certos trechos parei, deambulei pela minha vida passada, presente e futura, respirei fundo e continuei porque assim tem que ser. Com alguma dor e muita amargura. 
Um homem, divorciado, que conta a sua história enquanto pai, enquanto filho. Tão incrivelmente real. Tão assustadoramente real.
"Com que idade deixamos de andar de mão dada com a nossa mãe ou o nosso pai?"
"Daremos sempre a nossa vida pelo nosso filho.(...) Dar a vida por alguém não está previsto em nenhum código da natureza. É uma renúncia voluntária que desorganiza o universo. A paternidade e a maternidade são as únicas certezas. Tudo o mais quase não existe."
(...) há um curto-circuito na minha memória. Há uma lacuna criada pela minha vontade de sobrevivência."

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